Estudar durante as f?rias e fora de casa

Profissionais e alunos aproveitam per?odo para conhecer outras culturas, aprender idiomas ou se aperfei?oar na carreira

Terça-feira, 16 de março de 2010


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As férias de verão mal tinham começado e Guilherme José Pila de Oliveira e Marina Dalmass, ambos com 16 anos, contavam os dias para que suas aulas em outro país comecassem logo. Os dois estudantes paranaenses embarcaram no dia 8 para os Estados Unidos – irão frequentar, por duas semanas, salas de aula das high schools (o equivalente do ensino médio brasileiro) americanas e passarão uma semana em Washington, DC, cumprindo agenda com autoridades do governo.

E, melhor ainda, Guilherme e Marina não estão gastando um tostão. Eles fazem parte de um grupo de 35 estudantes brasileiros da rede pública que foram selecionados para participar do projeto Jovens Embaixadores, organizado pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A seleção envolveu mais de 4 mil estudantes brasileiros inscritos.

Durante as duas semanas, os 35 jovens serão separados em grupo e ficarão hospedados com famílias americanas, a exemplo do que ocorre nos intercâmbios internacionais oferecidos por agências particulares. Gui­lherme, que mora em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, está na cidade de Seattle, no estado de Washington. Já Marina, que mora no município de Bituruna, na Região Centro-Sul do estado, está hospedada em uma cidade do estado de Montana, região montanhosa onde neva muito nesta época do ano. “Não teria condições financeiras de ir para lá com recursos próprios. Desde pequena meu sonho é ver neve”, disse Marina, antes da viagem.

O projeto Jovens Embai­xadores existe há oito anos e já beneficiou 177 jovens brasileiros, todos estudantes da rede pública. De acordo com a adida cultural da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Jean Manes, a intenção do projeto é oferecer oportunidades para jovens de baixa renda. “Estes estudantes brasileiros podem ser líderes de outros jovens americanos. A parceria não acaba por aqui. Temos interesse em apoiar estes estudantes até mesmo para fazer uma graduação nos Estados Unidos”, diz. Em 2010, pela primeira vez jovens estudantes americanos virão para o Brasil participar de experiência semelhante. Já os brasileiros finalistas que não foram selecionados para viajar agora participarão de uma semana de imersão em língua inglesa e cultura americana em julho de 2010, em Brasília.

Cursos pagos

Para os que não tiveram a mesma sorte de Guilherme e Marina, é possível fazer cursos de idiomas em outros países durante as férias. As opções estão disponíveis tanto para jovens estudantes quanto para adultos já inseridos no mercado. Na opinião da consultora em intercâmbio Marilda de Souza Cardoso, optar por um curso no exterior só é válido para quem tem pelo menos um conhecimento básico do idioma. “A pessoa tem de ter em mente que vai sair daqui e ganhar tempo com o estudo da língua lá fora”, diz.

De acordo com a gerente de cursos do Student Travel Bureau (STB), Márcia Mattos, os programas de férias para adolescentes combinam aulas de inglês com atividades culturais, esportivas, passeios e excursões supervisionadas. O STB dispõe de cursos com imersão em inglês,espanhol, francês, alemão, italiano, russo, japonês e mandarim, para todas as idades. Márcia ressalta que ainda é possível fazer matrícula de cursos para estas férias, embora a recomendação seja fechar o programa com a maior antecedência possível. “Depende do tipo de entrada que a pessoa vai ter no país. Para quem não precisa de visto, o período de planejamento mínimo é de duas semanas; para quem precisa de visto, indicamos no mínimo oito semanas de antecedência”, diz.

Já a gerente da EF Corporate no Brasil, Fernanda Squarzoni, ressalta que há um aumento de 30% na procura de cursos no exterior por profissionais nesta época de férias. Os cursos oferecidos são em inglês, espanhol, francês, italiano e alemão, e têm duração mínima de uma semana. “O profissional tem a possibilidade de conhecer a cultura de um país diferente, morar com uma família nativa e se especializar em meio período ou tempo integral em escolas voltadas para o ambiente de negócios”, diz. Fernanda ressalta que há casos de famílias inteiras que aproveitam as férias para fazer intercâmbio. Os filhos adolescentes fazem cursos tradicionais e o casal aproveita para frequentar os cursos de imersão para adultos.

Os cursos tradicionais são oferecidos em duas modalidades. Para os adolescentes de 13 a 17 anos, têm duração de quatro semanas e funcionam como uma espécie de excursão, com monitores brasileiros, em que na semana final os estudantes têm o direito de visitar a Disney. Há também cursos individuais para pessoas com mais de 16 anos, com duração de duas semanas a um ano. A hospedagem pode ocorrer em casa de família ou em residência estudantil.

 

Fonte: Tatiana Duarte

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